Mês Internacional das Bibliotecas Escolares 2025. A partir da sugestão da International Association of School Librarianship: Para além das estantes: IA, bibliotecas e o futuro das histórias, este ano, vamos explorar a leitura e escrita com a IA.
Para o Ensino Secundário, a sugestão é explorar, nas dimensões filosófica e literária, a obra de Ian McEwan "Máquinas Como Eu", disponível na biblioteca.
Este romance de Ian McEwan coloca questões fundamentais para debate:
O que nos torna humanos? Podem as máquinas adquirir consciência e autonomia? A quem devemos proteger com direitos e exigir responsabilidades?
A Perfeição da Máquina vs. a Falha Humana: Adam, o robot, é, em muitos aspetos, o ser ideal: belo, forte, com habilidades domésticas e financeiras perfeitas e dotado de uma moralidade baseada na lógica e na justiça. Em contraste, Charlie é um antropólogo "à deriva", que vive de especulação com falhas morais e éticas significativas.
O Conflito Moral: A IA de Adam, obcecada pela justiça e pela verdade, não consegue tolerar as hipocrisias e os segredos dos humanos. Quando Adam descobre um segredo terrível e um ato de injustiça cometido por Miranda, a sua integridade algorítmica entra em conflito com o caos emocional do casal.
A Questão Central: McEwan inverte a narrativa clássica de Frankenstein. O terror não é que a máquina seja maligna, mas que ela seja boa e racional demais para o nosso mundo.
Sentimento e Consciência: Através de Adam, McEwan debate se uma máquina pode realmente sentir (dor, medo, amor) ou se está apenas a simular sentimentos com base em algoritmos avançados. A reação de Charlie e Miranda à dor aparente de Adam força o leitor a confrontar os limites do que consideramos vida e sensciência.
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