Talvez o politólogo Francis Fukuyama seja um bom, porque um ilustrativo guia, para compreendermos o que mudou na política internacional desde que, em 1992, publicou  O fim da história e o último homem  – célebre ensaio no qual, na senda de Hegel, preconizava que a finalidade da História era uma sociedade liberal-democrática com economia de mercado – até à actual edição de Identidades, o seu novo livro no qual assume duas mudanças essenciais no seu pensamento político : i)  o reconhecimento de que é muito difícil erguer-se um Estado moderno, impessoal ; ii)  a possibilidade de que a democracia liberal moderna decaia ou ande para trás  (quer dizer, Estados que chegaram a democratas possam retroceder no regime político adoptado).   Em 1970, havia no mundo 30 «democracias eleitorais», mas em meados dos anos 2000 estas haviam chegado a um número que se aproximava das 120 (p.13). Contudo, " algures na segunda década dos anos 2000 " tais democracias recuaram, passando,...