Quem leu e gostou de Berta Isla, do mesmo autor, vai gostar de ler o outro lado da história, desta vez a de Tomás Nevinson, espião no ativo, em tempos conturbados com as ações terroristas da ETA e do IRA. Com uma excelente contextualização histórica, mas não perdendo de vista as aspirações e idiossincrasias dos protagonistas, é um romance que se lê com prazer pela qualidade da escrita de Javier Marias.
Deste longo romance (651 páginas) saliento como tendo interesse filosófico o dilema com que se depara na última missão: assassinar uma mulher sobre a qual há suspeitas de ser terrorista mas, não sendo certo que seja a culpada, acaba por não conseguir fazê-lo. Mais tarde, um grande atentado terrorista na Irlanda acaba por provocar a morte de 29 pessoas e ferimentos em 220. Teria o assassinato de que Tomás Nevinson estava incumbido evitado a morte de 29 pessoas? Se sim, devia tê-lo feito?
Fica o convite à leitura e à reflexão.
Disponível na biblioteca.
Teresa Morais
Comentários