"Embora eu soubesse que éramos apenas os guardiões do jardim e da casa, sentia que os livros, esses, me pertenciam, eram parte do meu ser. Costumamos dizer que algumas pessoas nunca nos prestam atenção nem ajuda. Já eu, raramente empresto um livro. Se quero que alguém leia um certo livro, compro um exemplar e ofereço-lho. Acredito que emprestar um livro é incitar ao furto. A biblioteca pública de uma das minhas escolas mostrava um aviso que tinha tanto de exclusão como de generosidade: «ESTES LIVROS NÃO SÃO SEUS: PERTENCEM A TODOS». A minha biblioteca nunca poderia ter um aviso destes. Para mim, era um lugar absolutamente privado, que me cercava e, simultaneamente, me reflectia. (...) Muitas vezes senti que a minha biblioteca explicava quem eu era, me conferia um eu sempre em mudança, que se transformava constantemente ao longo dos anos. E, porém, apesar disso, a minha relação com as bibliotecas sempre foi estranha. Adoro o...
ESCOLA SECUNDÁRIA SÃO PEDRO