De acordo com o pianista Raul Pinto, poderemos dizer que três são as marcas distintivas e geniais de Beethoven, na história da música: i) é a partir do compositor nascido em Bona, em 1770, que a música passa a finalidade em si mesma, deixando de ser concebida (apenas) como instrumento, meio, “ao serviço de” (uma instituição, pessoa, ideia, etc.), neste sentido adquirindo a sua verdadeira carta de alforria enquanto “arte” (em um exemplo gráfico, sobre o tempo que precede Ludwig van Beethoven, o músico com residência artística na Quinta da Regaleira, evoca Bach e “A Paixão Segundo São Mateus”, música considerada/criticada, à época, por “demasiado boa”, quando o que se demandava era que aquela fosse [mera] serva da transmissão da fé); ii) em ensurdecendo com idade muito precoce, e em tal facto como que isolando-o do mundo, Beethoven alcançou, com impressiva pujança, comunicar, dirigindo-se a uma universalidade de ouvintes que tanto podem ser marcados pela tristeza e solidão que perp...