Quinta-feira
21 de abril
Muitas vezes me pergunto o porquê da
solidão se apoderar de mim com tanta facilidade, todavia, até ao momento, ainda
não obtive qualquer resposta. Hoje, mais uma vez, surgiu a oportunidade de me
refugiar num pranto de maresia. Como é belo o cheiro do mar e imensurável o seu
infinito! E foi precisamente esta última particularidade, associada à imensidão
azul que recobre a Terra, que me fez duvidar, profundamente, qual o sentido da
existência.
De facto, é um privilégio poder
refletir de uma forma tão intensa sobre questões que, embora incontornáveis, um
dia acabarei por desvendar.
Agora, reparei. Tenho os pés
molhados, cobertos de uma areia opaca que não me deixa vê-los. Decidi
submergir. Descobri uma estrela-do-mar! Muito bela!
A lucidez ofegante despertou, mesmo
debaixo do meu ser.
Sonho. Talvez! Realidade cruel e
fria. Estou condenada à incerteza deste meu pobre coração que não me deixa
libertar.
Continuo só!
(Catarina
Gonçalves – 10º C)
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